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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Céu pouco nublado
Temperaturas: máx - 33,4ºC, min - 17ºC

Camiões cisterna começaram a reforçar reservas de Bragança

A Câmara de Bragança activou hoje um plano de contingência com seis camiões cisterna a transportarem água para os depósitos da cidade, numa operação que custa dez mil euros por dia aos cofres do município.


Ainda durante esta semana, o número de camiões subirá para nove, fazendo “cinco a seis viagens por dia” da albufeira do Azibo, no concelho vizinho de Macedo de Cavaleiros, e será assim “até chover em quantidade suficiente que reponha as reservas no sistema de abastecimento”, segundo disse o vice-presidente da autarquia.

Rui Caseiro sublinhou que “esta não é nenhuma solução para o problema, mas apenas uma ajuda para minimizar os efeitos negativos que possam ocorrer e para evitar que haja uma ruptura” no abastecimento de água à população.

Os autotanques de várias corporações de bombeiros voluntários do distrito de Bragança estão a transportar diariamente cerca de mil metros cúbicos de água tratada que é depositada directamente nos reservatórios.

Os cerca de 30 mil habitantes da cidade e aldeias limítrofes abastecidos pelo sistema consumem entre sete a oito mil metros cúbicos por dia.

O Outono sem chuva é apontado como factor responsável por as reservas estarem a esgotar-se, com todas as escorrências secas, tanto as que alimentam as linhas de água que servem de captação alternativa como as da barragem da Serra Serrada.

Aquela que é a única reserva de água para abastecimento à população é utilizada apenas a partir do início do verão e tem capacidade para garantir o abastecimento durante meio ano sem chuva, um prazo que se esgota dentro de um mês.

Com as reservas a bater no fundo e sem previsões de chuva, a autarquia decidiu avançar com o plano de contingência para evitar o pior e que deverá vigorar por vários dias, de acordo com as estimativas do autarca.

“Há previsões de chuva para o próximo fim-de-semana, mas são previsões de chuvas ligeiras, isso não passará mais do que amaciar o pó, o que nós aguardamos é que chova em quantidades suficientes para que as águas de escorrências quer para a barragem de Serra Serrada, quer para as linhas de água se façam sentir, e então aí haverá condições de terminarmos esta operação”, declarou.

Segundo Rui Caseiro, a autarquia está a tentar que as reservas aguentem, caso contrário seria “uma situação de catástrofe sem capacidade de resposta mesmo a nível nacional”.

“Fizemos uma consulta à Protecção Civil nacional e, no caso mais grave de uma situação de rutura, fomos informados que os custos rondariam 1,8 milhões de euros por mês. Seriam necessários 70 camiões se a barragem bater no fundo e não existem esses meios a nível nacional para fazer face a essa necessidade”, concretizou.

O município não coloca, para já, a adopção de outro tipo de medidas como o racionamento no abastecimento e conta com a colaboração da população que já é visível nos consumos registados, inferiores a igual período do ano passado.



PÚBLICO 

A chuva vai voltar

PRIMEIRA QUINZENA DE OUTUBRO COM PERSISTÊNCIA DE TEMPERATURAS ELEVADAS



        2011-10-17 (IM)temperatura alta
A primeira quinzena de outubro registou temperaturas do ar, em particular da máxima, muito acima do valor médio para época, com desvios superiores a 5ºC na maior parte das estações da rede do Instituto de Meteorologia, I.P., particularmente nas regiões do norte e centro do continente.

Neste período, cerca de 80% das estações registaram pelo menos um dia com temperatura máxima do ar igual ou superior a 30ºC (dias quentes) e 35% das estações registaram em todos os dias, durante os primeiros 7 dias de outubro, valores de temperatura máxima do ar igual ou superior àquele valor.

Entre os dias 1 e 15 foram ultrapassados os extremos históricos da temperatura máxima para o mês de outubro em algumas estações, nomeadamente Bragança com 30.8ºC no dia 12, Lisboa com 33.9ºC no dia 13; Anadia com 35.8ºC no dia 13, Carrazeda de Ansiães com 29.9ºC no dia12 e Mirandela com 33.9ºC no dia 5.

A persistência do tempo quente determinou que durante o mesmo período se tenham registado duas ondas de calor, a primeira com inicio ainda durante o mês de setembro e que se prolongou até 6/ 7 de outubro, que teve uma duração mínima de 6 dias no Montijo, Lavradio e Sines e duração máxima de 12 dias em Alvega e Alcácer do Sal. A segunda teve início em 9/10 de outubro e ainda só terminou nas estações do Porto, Setúbal e Sines no dia 14.

Na primeira quinzena de outubro não se registou precipitação em todo o território do continente, prolongando um período de ausência de precipitação que se havia iniciado em setembro, mês em que a precipitação no território do continente foi cerca de 65% da média. Esta situação veio agravar a seca meteorológica no continente, que no final da quinzena atingia todo o território, sendo que 1/3 se encontra já em situação de seca severa e extrema, os níveis mais elevados de severidade deste fenómeno.

Prevê-se que a situação de tempo quente se mantenha no decorrer da semana, ainda que se espere que a partir da tarde de amanhã, dia 18, a circulação do ar predomine do quadrante oeste, com neblinas ou nevoeiros matinais no litoral norte e centro e que a temperatura possa ter uma descida a partir de quarta-feira, 19. A partir de dia 23, regista-se uma forte probabilidade para a ocorrência de precipitação em todo o território do continente, também acompanhada de uma tendência para uma descida mais acentuada nas temperaturas (máximas e mínimas).

A persistência do tempo seco e das temperaturas com valores acima da média para esta altura do ano, deve-se à situação meteorológica que afetou o território do continente, caracterizada por um anticiclone de bloqueio localizado sobre a Europa Central e que se estendeu a quase toda a Europa Ocidental, desde a Escandinávia ao Mediterrâneo e da Polónia à Península Ibérica, transportando na sua circulação ar muito quente e seco. Esta situação originou, em Portugal continental, vento em geral fraco de leste e valores baixos da humidade relativa do ar, excetuando os dias 6 e 7, em que o vento soprou moderado do quadrante norte, por vezes forte no litoral e nas terras altas, tendo-se registado temporariamente uma descida da temperatura.

Apesar de nos últimos 6 anos, à exceção de 2010, ter sido observada uma anomalia positiva da temperatura máxima do ar em outubro, nomeadamente em 2009 com +2.8ºC, dada a grande variabilidade da temperatura interanual deste mês, não se pode atribuir este aquecimento, por si só, a um efeito da alteração climática. Recorda-se, contudo, que os vários cenários climáticos em Portugal Continental, apontam para uma maior frequência destes episódios e mesmo para uma elevação média da temperatura do ar no outono.

Também em alguns países do sul da Europa se verificou uma persistência de tempo quente. Tal foi o caso da França onde foram registados records de temperatura nos dias 11 e 12 de outubro com valores acima dos 31ºC. 

Precipitação prevista para domingo

As quantidades de precipitação acumulada em 6 horas prevista para o próximo domingo varia os 35mm no litoral Norte e os 15 na região sul!