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sábado, 14 de maio de 2011
Fenómeno meteorológico que acontece 100 dias por ano
00h15m
ALFREDO MAIA
O fenómeno óptico observado, esta sexta-feira, ao início da tarde, em Fátima, não tem nada de anormal e tem uma frequência estimada em 100 dias por ano em distintos pontos do planeta.
No contexto da procissão do Adeus, "é natural que pessoas mais emocionadas encontrem explicação num fenómeno religioso", mas trata-se apenas de um efeito atmosférico comum de dispersão de luz e nem sequer é de natureza astronómica, diz o director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho. "Na nossa latitude, não é muito comum, mas também não é raro", nota o director científico do Instituto de Meteorologia, Pedro Viterbo.
A auréola observada - um halo, na terminologia científica - é provocada pela passagem de raios solares através de microcristais de gelo dos cirros - as nuvens esfarrapadas na alta atmosfera (mais de 20 quilómetros de altitude) - formando uma espécie de lente que dá o efeito circular à volta do Sol. É o chamado "disco de Airy" (em homenagem ao astronómo britânico do século XIX George Airy que descreveu o fenómeno), que pode ser observado também à noite em volta da Lua. Por causa da geometria (faces hexagonais) das partículas microscópicas, produz-se a difracção (mudança de direcção).
Este fenómeno óptico também produz a separação das cores - vermelho e azul - e é por isso que há quem pense tratar-se de um arco-íris, como aconteceu ontem na Cova da Iria. Mas só o vermelho se observa com mais facilidade, devido à falta de contraste do azul com a cor do céu.
JN
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